Ouço distante um sussurro, ele atravessa as folhas verdes de meu jardim, e então estremece ao sabor do vento, que sopra tão suavemente o teu nome dentro do meu peito. Ouço também o badalar dos sinos da igreja, são oito badaladas precisas, e a cada badalada vem precedida de um gemido. Deixo me embalar naquele ressoar do badalar, dos gemidos, dos gritos dos meninos na rua , na música do meu vizinho, onde o tempo não é mais tempo, onde a vida não é mais vida, e os meus sonhos não são somente sonhos, viraram destino. Sinto no meu corpo um burburinho, algo quente e ao mesmo tempo frio que me percorre do calcanhar ao ouvido. A magia desse momento me abraça de forma aconchegante, a vida me sopra os pulmões, o coração bombeia paixões, e a boca arde apenas arde e então de súbito congela. O sussurro então retorna e continua a falar de ti, e me afaga docemente a face, de forma a me fazer sentir pequenos arrepios que minha alma arredia transforma em suspiros. O teu nome em sussurro é dito...
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