Tic-Tac

Tic-tac, bate o relógio. Tic-tac sem demora.
Tic-tac passa a vida, tic-tac outra hora.
As respostas desenhadas, pensadas e constantes, como os ponteiros do relógio como as passadas de um gigante, e o relógio anda, anda ainda pra mais distante, onde as almas não calam só jorram incessantes.
Tuas respostas eram tão indiretamente diretas que pararam o relógio, e por um  momento me esqueci do tempo, das horas, dos minutos , dos segundos,  e de tudo que não cabe nestes versos.
Dos estudos poéticos de tua língua árdua  me ative a história prosaica e tutora do tempo, da melancolia do passado, e que outrora forá a gloria, a paixão o desejo, a razão  e o sentimento tudo o que aflora dentro do teu peito .
Porém tua língua não queria história, queria biologia, e das asas de um anjo irrompeu a anatomia. Um convite daqueles difícil de se recusar. É aquele tipo de insinuação que te arrepia a pele e te faz desejar. Um desejo fogo de palha que se incendeia e se apagar com o soprar do vento, que num dado momento se fez repleto de significado, das coisas não ditas dos versos calados.
O fogo se instigue e o relógio volta a se mover, e entre os seus tic-tac rápidos desejo uma boa noite pra você. 
Ingrid Carvalho

Comentários

  1. Boa tarde minha pequena anjinha.

    Li suas palavras, que me deceu de forma suave e doce, algo q me faz ficar em silencio p uns 2 segundos.

    Pensei em falar "faço minha as suas palavras", mas eu não faria tão brilhante texto, vc tem um dom.

    Boa tarde...

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